domingo, 28 de julho de 2013

Organizando seu tempo, melhorando seus estudos (parte 1)

O dilema número 1 de vestibulandos, concurseiros, estudantes em geral é: "como aproveitar melhor meu tempo em meio a tantos afazeres, obrigações e distrações?".

Eu mesmo tenho enfrentando esse problema cotidianamente, já que tenho as restrições de qualquer pessoa normal: tempo perdido no trânsito, 40 horas semanais de trabalho, tempo para dedicar à família e ao lazer, tempo para fazer compras, limpar a casa, etc.

Abaixo, segue um condensado de sugestões sobre como organizar melhor seu tempo (e aproveitá-lo):


1. O engano do tempo

Normalmente, as coisas levam mais tempo do que pensamos. Então, na hora de fazer um planejamento, lembre-se disso e seja sincero: "será que tomar banho, trocar de roupa e tomar café não vai levar mais do que 40 min.?".

2. Lazer em primeiro lugar

Ninguém é de ferro. Todos precisamos nos divertir, praticar esportes, relaxar... então, quando for organizar o seu tempo, pense primeiramente no tempo de diversão que você merece. Depois, organize todo o resto: trabalho, refeições, tempo de deslocamento, etc. Finalmente, o que sobrar será seu tempo sagrado de estudo.

Isso pode parecer estratégia de preguiçoso, mas... somos todos preguiçosos, não? Portanto, o melhor é reconhecer isso e tentar ser o mais realista possível.

3. Planos e escalas

Percorrer um caminho é mais simples quando se sabe de antemão por onde ir, ou seja, fazer planos é algo importante. Todos sabemos disso, o que queremos saber é "por que meus planos nunca são concretizados?". Em 99% das vezes, a resposta é um misto de nossa falta de comprometimento e autodisciplina e de nossa dificuldade em sermos realistas.

Aqui vai uma dica para fazer planos, é o método SMART. SMART é um acrônimo em inglês para (Specific, Measurable, Action-oriented, Realistic, Time-based). Quer dizer, seu plano terá muito mais chances de ser concretizado se for:

Específico: não tiver como metas coisas genéricas como "viver melhor", mas sim coisas específicas como "perder peso".

Mensurável: buscar parâmetros de acordo com os quais você possa medir se está progredindo ou estagnado.

Orientado para ações: direcionar seus planos em ações concretas que sejam claras. Quanto maior a objetividade das ações que você programar, maior as chances de o plano dar certo, então, não programe "ler mais livros", programe "ler o livro X", "resenhar o artigo Y".

Realista: seja sincero quanto às suas limitações de tempo, o quanto você é preguiçoso, etc. Depois de desbastar seu plano de tudo que não seja realmente possível, você poderá pensar: "esse plano é simplório demais, eu preciso de coisas mais ambiciosas", mas acredite, você não precisa. De coisas simples em coisas simples conseguimos alcançar objetivos maiores (desculpem, foi a melhor tentativa para fugir do "de grão em grão a galinha enche o papo").

Baseado no tempo: tudo leva tempo, por isso, qualquer plano que não leve em consideração quanto tempo levará tal tarefa, está fadado ao insucesso e lembre-se do que foi dito acima sobre o engano do tempo.

Em resumo, é isso. O acrônimo em português ficaria EMORB, o que não quer dizer nada. Fiquemos com SMART.

Para finalizar, é muito importante detalhar seu plano em escalas mensais, semanais e/ou diárias (esta última, minha preferida). É uma forma de detalhar ao máximo o quê exatamente deveremos fazer em determinado horário.

C'est fini ou zé fini mesmo. Na próxima postagem, falarei um pouco mais sobre meios de aproveitar melhor os estudos. Abaixo seguem os links dos vídeos de onde tirei a maior parte das dicas deste post:






terça-feira, 9 de julho de 2013

Sobre os médicos de fora

Um dos pressupostos do neoliberalismo é a existência de uma taxa “natural” de desemprego, não necessariamente pequena, contra a qual a atuação dos governos seria infrutífera e principalmente indesejável.

Indesejável porque a existência de um exército de reserva de desempregados desesperados para conseguir qualquer trabalho por qualquer salário em quaisquer condições supostamente contribuiria para o aumento da produtividade e a diminuição das reclamações dos empregados por melhores salários e melhores condições de trabalho, uma vez que a ameaça do “se você não quer, tem quem queira” inviabilizaria a luta dos trabalhadores contra seus patrões.

Normalmente ninguém se preocupa quando se trata de faxineiras ou pedreiros ou porteiros, mas se a lógica se aplica a trabalhadores como, por exemplo, médicos, a situação é completamente diferente. Os jornais, telejornais, as redes sociais fervilham de protestos por todos os lados. Quer dizer: não me importa se a doméstica que limpa minha casa vem do Paraguai, de Cuba ou da Bolívia, mas o meu médico tem que ser brasileiro – de preferência formado no Sul ou no Sudeste.

Tentando ser direto, organizei os principais argumentos contrários à contratação de médicos estrangeiros que tenho ouvido e, em seguida, anotei alguns comentários.

1. Que garantias temos de que esses médicos estrangeiros são bem preparados?

Essa preocupação é válida, mas convém perguntar: que garantia você tem de que os nossos médicos são bem preparados? Talvez alguns tenham se esquecido, mas um exame realizado em 2012 pelo CREMESP reprovou 54% dos recém-formados em Medicina (leia mais); também é preciso trazer à memória dessas pessoas que são alarmantes os casos de erros médicos cometidos por profissionais brasileiros puro-sangue, o que, aliás, obrigou o Ministério da Saúde a adotar neste ano um Plano Nacional de Segurança do Paciente (leia mais), sendo digno de nota que um estudo sobre o tema da Fiocruz verificou que 67% desses casos são evitáveis.


2. Se os médicos recebessem um salário maior, eles trabalhariam em lugares carentes de profissionais

Sim, mas isso não vai mudar de hoje para amanhã.

Por outro lado, uma criança pode morrer de hoje para amanhã por falta de médico. É evidente que a contratação de médicos estrangeiros é uma medida paliativa, mas enquanto a solução definitiva não chega fazemos o quê?

Esse pensamento é da mesma natureza daqueles que criticam a instalação de sirenes em pontos de risco de deslizamento, porque isso não resolve o problema das habitações precárias. Daí, a população fica sem o mecanismo de alerta e sem a solução definitiva. Convenhamos, todos conhecemos com as coisas operam no Brasil.

3. A barreira do idioma atrapalha a relação médico-paciente

Ah, a relação médico-paciente! Todos que já precisamos ir a um hospital por causa de uma gripe sabemos como nossos médicos são atenciosos! Como eles conversam com a gente! O olho no olho, a atenção ao que dizemos! Ah...

Bom, acho que o sentido dessa ironia pode ser bem captado por todos e é suficiente para deixar claro que, em geral, os nossos médicos não dão a mínima para os seus pacientes.