sexta-feira, 13 de junho de 2008

Veja como votou seu deputado, se é que você se lembra dele

Os deputados aprovaram a famigerada CSS - Contribuição Social para a Saúde. Deixo adiante a listagem do voto de cada paralamentar. Se você ainda se lembra do nome em quem votou, cobre, mande emails, telefonema, carta, aerograma, sei lá... é preciso mostrar a esses senhores que eles não estão acima da vontade do povo - eles não têm o poder, eles estão com o poder, por nós delegado.

Se político só se convence pelo argumento do voto, que seja esse nosso argumento: mandem lá seu email para o senador Robaldo Mutreta e diga "escuta aqui, dr. Mutreta, se o sr. votar em favor dessa neo-CPMF, pode desconsiderar meu voto nas próximas eleições, ouviu?".



E é preciso passar das ameaças para a ação. Vejam por exemplo o Paulo Pereira da Silva, do PDT, o Paulinho da Farsa, vive reclamando do aumento de impostos, das imbecilidades do Estado e vota a favor da CSS? Tenha dó. Ele vai sair candidato a prefeitura de São Paulo, quem vota nele? E a Marta? A bancada do PT votou em peso a favor do novo velho imposto, que faremos?

Não caiam na lorota de que o dinheiro é pra saúde, não é. Quantos anos sobrevivemos apesar da CPMF sem ter notado NENHUMA melhora no SUS? Fica o desafio: quem vai tomar vergonha na cara primeiro: os políticos ou o povo?

Bom, segue o link, leiam e divirtam-se...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A ascensão do nazismo

Para falar da Declaração Universal dos Direitos Humanos, acho que convém conhecer um pouco melhor algumas situações vividas por alemães e italianos no pós-1ª guerra que fizeram com que a ideologia nazi-fascista se fortalecesse nesses países e chegasse ao poder pelas vias "democráticas". Hoje vamos tratar da ascensão do nazismo:

O Tratado de Versalhes (1919)

O Tratado de Versalhes, assinado ao final da 1ª Guerra Mundial, é considerado por muitos historiadores como um dos eventos causadores da ascensão do partido nazista na Alemanha, bem como da participação de alemães e italianos na 2ª Guerra Mundial.

A população alemã, as elites econômicas, a classe política e o exército nunca se conformaram com os termos do Tratado e o consideravam uma humilhação para a Alemanha.

O presidente americano Woodrow Wilson (na foto ao lado, o quarto a partir da esquerda, os outros são David Lloyd George, da Grã-Bretanha, Vittorio Orlando, da Itália, e Georges Clemenceau, da França) houvera proposto a “paz sem vencedores”, um acordo de “14 pontos” que previa a redefinição das fronteiras européias, obedecendo ao princípio da auto-determinação dos povos, ou seja, um Estado para cada povo. No entanto, França e Inglaterra não aceitaram um acordo de paz nesses termos e impuseram à Alemanha o Tratado de Versalhes. Pelo Tratado, a Alemanha era considerada culpada pela guerra e, portanto, deveria arcar com indenizações a serem pagas aos vencedores; a Alemanha perdia o domínio sobre a região da Alsácia-Lorena em favor da França, perdia todas suas colônias africanas e asiáticas, deveria obedecer a uma limitação de suas forças armadas, navios e armas de guerra, entre outras duras punições.

As conseqüências dessas duras reprimendas seriam um sentimento de vergonha nacional na Alemanha, de uma grave situação econômica e do surgimento de agitações nacionalistas.

A crise de 1929

Depois de terminado o mandato de Woodrow Wilson (do partido democrata), em 1921, os Estados Unidos experimentaram uma série de três presidentes do partido republicano. O liberalismo nos moldes pensados por Adam Smith era fortemente embraçado por políticos do partido republicano, especialmente no que diz respeito a não-intervenção do Estado no funcionamento da economia. O pensamento era de que o mercado podia regular-se sozinho e a intervenção estatal era prejudicial.

A crise econômica de 1929 ocorreu basicamente por haver uma superprodução de um lado e uma saturação do consumo de outro. Com empresas produzindo mais e mais sem ter a quem vender tantos produtos o prejuízo era certo. Mesmo assim a especulação financeira mantinha os preços das ações dessas empresas artificial e incrivelmente altos. Quando os investidores se deram conta disso já era tarde, houve uma corrida de acionistas tentando vender suas ações e recuperar o dinheiro, mas àquela altura, as ações antes milionárias eram folhas de papel sem nenhum valor.

A pior conseqüência para a população em geral (nos Estados Unidos e no mundo, exceto na União Soviética) foi o desemprego generalizado e a fome. Na Alemanha, à situação já penosa da economia com altas dívidas, sem colônias de onde extrair matéria-prima barata e sem poder investir na indústria armamentista, veio se juntar com a crise de 1929 o desemprego epidêmico e a hiperinflação. Para se ter uma idéia, o preço de uma fatia de pão que em 1918 era de 63 marcos, nos anos 1920 saltou para 201 bilhões de marcos! Dessa forma os radicais nacionalistas alemães que já contavam com o argumento da humilhação nacional, tinham agora o pretexto da grave crise socioeconômica para levar a frente seus projetos.

A ascensão do partido nazista
Com o fim da 1ª Guerra, foi instaurada a chamada República de Weimar, sistema de governo baseado no presidencialismo parlamentarista. Os governos contavam com forte desaprovação popular, em grande parte devida à incapacidade de ação provocada pelas restrições impostas pelo Tratado de Versalhes. Em 1919, foi fundado o partido nacional-socialista dos trabalhadores alemães, partido nazista. Em 1923, os militantes do partido nazista tentaram um golpe fracassado, o Putsch de Munique, que redundou na prisão de vários militantes, dentre eles Adolf Hitler. Na prisão, Hitler escreve o livro Mein Kampf (Minha Luta), no qual assenta as bases ideológicas para as ações que seriam tomadas pelos nazistas nos anos a frente. Dentre elas se encontram a explicação pseudocientífica da pureza ariana, ou seja, os alemães eram herdeiros da raça pura ariana e deveriam manter essa pureza eliminando misturas com judeus (especialmente), ciganos, negros, deficientes físicos e mentais, etc. Também Hitler promove o totalitarismo, segundo o qual nada deve ocorrer à margem do Estado, as pessoas devem devotar a sua vida ao fortalecimento do Estado. Hitler se posiciona radicalmente contrário ao comunismo e embraça a teoria do espaço vital, isto é, o domínio de territórios indispensáveis para a segurança e prosperidade da raça ariana e do Estado alemão.

O discurso totalitário e nacionalista dos nazistas ganhava cada vez mais adeptos. Nas eleições de 1928, os nazistas contaram com 2,5% dos votos; em 1930, sob os efeitos da crise de 1929, a participação nazista no parlamento subiu para 18%; em 1932, já era de 37%. Com a maioria do parlamento, o presidente alemão não teve outra alternativa que não a de formar um governo com o partido nazista, nomeando Hitler para o cargo de chanceler (chefe de governo).

Dias após a posse de Hitler, os nazistas atearam fogo ao parlamento, atribuindo a culpa aos comunistas. Com essas e outras manobras políticas, mais a morte do presidente alemão, Hitler conquistou o controle absoluto do governo e adotou o título de führer.

domingo, 27 de janeiro de 2008

60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 20 anos da Constituição cidadã

Sem querer desmerecer a importância acadêmica que tem o bicentenário da vinda da família real portuguesa ao Brasil, sinceramente, eu acredito que há outros dois eventos também aniversariantes que merecem maior atenção de todos: são o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o 20º aniversário da promulgação da Constituição "cidadã".

Por isso, ao longo desse ano vou tentar (tentar, porque nem sempre sobra tempo) publicar neste blog um apanhado de textos, livros pra download, vídeos e coisas do tipo no intuito de discutir aqueles eventos e suas implicações para nossa realidade.

Espero que consiga. E se alguém tiver algum material para mandar, sinta-se à vontade!